A maior zona húmida do mundo, o Pantanal, corre o risco de desaparecer.

O Pantanal brasileiro, a maior área úmida do mundo, também conhecida como Arca de Noé, corre o risco de desaparecer devido ao desenvolvimento de hidrovias e portos.

O British Guardian informou no dia 12 (horário local) que o Brasil está realizando o ‘Projeto do Aqueduto Hidrovia Paraguai-Paraná’ para transformar o Rio Paraguai, que atravessa as áreas úmidas do Pantanal, em uma rota de transporte industrial.

Acredita-se que a criação da via navegável reduza enormemente o tempo e o custo da exportação de produtos agrícolas, mas grupos ambientalistas opõem-se, dizendo que as zonas húmidas e a vida selvagem sofrerão grandes danos no processo de conversão do sinuoso rio numa via navegável recta. Os especialistas prevêem que, se o rio se desenvolver, todas as espécies que vivem nas zonas húmidas enfrentarão uma crise de sobrevivência.

Abrangendo o Brasil, o Paraguai e a Bolívia, as zonas úmidas do Pantanal são as maiores áreas úmidas da Terra, cobrindo 170.000 quilômetros quadrados. Existem pelo menos 380 espécies de peixes, 580 espécies de aves e 2.272 espécies de plantas. É um dos principais habitats das onças. O pântano é o lar de muitas espécies ameaçadas de extinção, incluindo ariranhas, tatus-rei e macacos-jacintos. A destruição das zonas úmidas do Pantanal, também conhecido como “reino das águas”, por conter mais de 1.200 rios e córregos, poderá ter um impacto negativo em toda a cadeia alimentar que depende desta região.

As zonas húmidas também são importantes do ponto de vista climático. As zonas húmidas cobrem apenas 5-8% da superfície terrestre, mas podem armazenar até 30% do carbono terrestre. Há também preocupações de que a mineração de sedimentos do leito dos rios no Pantanal, um sumidouro de carbono, possa libertar gases com efeito de estufa enterrados e acelerar o aquecimento global.

READ  Não posso pagar 'aquisição de KRW 160 bilhões + salário anual de KRW 14,4 bilhões'... Barça abandona recrutamento para a seleção brasileira

Pierre Girard, professor da Universidade Estadual de Mato Grosso, no Brasil, disse: “As áreas úmidas do Pantanal são como a Arca de Noé, lar de animais que estão desaparecendo. Mas o Pantanal desaparecerá em breve”.

Carolina Joana da Silva, professora da Universidade Estadual de Mato Grosso, disse: “Se destruirmos a única região do mundo, o Pantanal, para manter os preços dos grãos baixos, pagaremos um preço alto. “

A ameaça do desenvolvimento do projeto Hydrobia tem atormentado Bandhanal há décadas. Os trabalhos iniciais de engenharia civil para endireitar a curva do rio em centenas de locais foram interrompidos pelo governo brasileiro em 2000 devido a preocupações ambientais. Mesmo assim, especialistas dizem que o movimento para melhorar as hidrovias continua e uma nova estratégia está sendo implementada para separar os projetos e aprová-los separadamente.

No ano passado, o governo brasileiro anunciou um investimento de 81 milhões de reais (cerca de 2 bilhões de won) para melhorar o rio Paraguai depois de drenar áreas úmidas durante seis meses. Foi concedida aprovação preliminar para a construção de dois portos, Puerto Esperanza e Cáceres, como primeiro passo na transformação do rio Paraguai em hidrovia artificial.

“Eles estão tentando nos enganar”, disse Lourenso Ferreira Leyte, morador de Cáceres, de 54 anos.

Já se diz que os grandes barcos que navegam no rio estão a ter impacto nas comunidades locais. Atualmente, o porto é utilizado para o transporte de minério de ferro, que deixa poeira vermelha nas terras e nas árvores da vila de pescadores. Especialistas afirmam que oito comunidades tribais vivem atualmente no Pantanal e serão diretamente afetadas pela canalização do rio.

“Os barcos já têm impacto no meio ambiente, espalhando ferro na água, no solo e nas plantas”, disse Natalina Silva Oliveira Mendes, de 50 anos. “Adicionar um novo porto e construir uma hidrovia seria desastroso”.

READ  Batendo "Tinha uma cena boa no Brasil também... espero que tenha o estilo pento"

O Ministério dos Portos e Aeroportos do Brasil rejeitou as preocupações sobre os danos ambientais como “especulação infundada”. O Ministério do Meio Ambiente do Brasil não respondeu ao pedido de comentários do The Guardian.

Copyright @ NEWSTREE Todos os direitos reservados.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *