Bolsonaro, o ‘Trump da América do Sul’, fala em evento conservador nos EUA… “Uma parceria mais perfeita”

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro participará da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Maryland no dia 4 (horário local). EPA Yonhap Notícias

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por incitar tumultos no Brasil por desobedecer à eleição presidencial, falou na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o maior evento conservador da América. O discurso de encerramento do dia foi proferido pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que é como seu ‘ídolo político’.

De acordo com a CNN e outros, o ex-presidente Bolsonaro sugeriu no CPAC no dia 4 (horário local) que ele pode disputar a eleição presidencial do Brasil novamente em 2026, dizendo: “Meu trabalho ainda não acabou”.

“Agradeço a Deus por me dar a tarefa de ser presidente do Brasil por um mandato”, disse ele, “mas sinto profundamente que esta tarefa ainda não terminou.”

O ex-presidente Bolsonaro no discurso do dia elogiou suas conquistas durante sua presidência e agradeceu ao ex-presidente Trump por seu apoio. Ele criticou a ideologia de gênero, movimentos ambientais e de direitos humanos, acadêmicos, jornalistas e elites e defendeu o direito às armas. “A propriedade privada no Brasil está em risco. É um dos pilares da democracia”, afirmou, denunciando o populismo, a corrupção e o comunismo.

Ele continuou: “Sempre defendi a liberdade, não estou obrigando ninguém a se vacinar no Brasil”, e recebeu muitos aplausos dos presentes.

O ex-presidente Bolsonaro, conhecido como o ‘Trump da América do Sul’, tem muitas semelhanças com o ex-presidente Trump. Ele promoveu políticas semelhantes, incluindo a expansão do direito às armas, oposição ao aborto, políticas anti-imigração e subestimação do Covid-19.

Apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiram o Congresso brasileiro, o Palácio Presidencial e a Suprema Corte em janeiro e se revoltaram, semelhante aos distúrbios de janeiro de 2021 por apoiadores do ex-presidente Trump que invadiram o Congresso.

O ex-presidente Bolsonaro está sendo julgado por vários crimes, incluindo incitação a tumultos por desobediência à eleição presidencial. O governo brasileiro emitiu intimações para ele, mas ele aparentemente não respondeu.

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A presença contínua do ex-presidente brasileiro de extrema-direita no cenário político dos EUA serve a um propósito estratégico para movimentos de extrema-direita em ambos os países, que a CNN chamou de “parceria de extrema-direita” que beneficia ambos os lados.

A participação de Bolsonaro em eventos políticos norte-americanos, supostamente por trás dos motins, corrobora sua afirmação de que ele não está fora da política e que, embora esteja atualmente no exterior, acabará por assumir a liderança da oposição brasileira. Depois de perder a eleição presidencial no Brasil no ano passado, ele não se submeteu ao resultado e foi para a Flórida, nos Estados Unidos, onde fica até agora.

Para a direita americana, alianças abertas com figuras estrangeiras ajudam a expandir. O CPAC do ano passado contou com a presença do primeiro-ministro húngaro Orban Viktor, que é considerado um representante político de extrema-direita.

Madeleine Peltz, vice-diretora da Media Matters, uma crítica da mídia americana, comentou sobre o ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Stephen Bannon, um assessor próximo do ex-presidente Trump. O Brasil disse que era um exemplo de sua infiltração política bem-sucedida. O ex-presidente Bolsonaro recebeu conselhos de Bannon durante a eleição presidencial de 2018 e, após a eleição presidencial brasileira de 2022, Bannon apoiou teorias da conspiração sobre eleições fraudulentas por meio de serviços de redes sociais (SNS).

Rodrigo Nunez, professor da Universidade de Essex, disse: “(Para os conservadores americanos) Bolsonaro é o ex-presidente de um país muito importante. “Bolsonaro costuma seguir e ecoar o discurso da extrema direita nos Estados Unidos”, disse.

No entanto, a mídia estrangeira relatou que a presença e influência do CPAC não é o que costumava ser. “Este é um desvio estranho e perdido de Bolsonaro em um momento em que a influência do CPAC no cenário político americano está enfraquecendo”, avaliou o El Pais, acrescentando que “a força unificadora de Trump não está mais lá”.

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