Por que Bolsonaro perdeu, mas a direita do Brasil não enfraqueceu… ‘Agricultura’ e ‘China’


O presidente brasileiro Jair Bolsonaro falou durante coletiva de imprensa sobre os resultados das eleições presidenciais realizadas no dia 1º (horário local) no Palácio do Planalto em Brasília, capital do Brasil. AFP Yonhap News

Os progressistas no Brasil ficaram aliviados porque o populista de extrema direita Jair Bolsonaro, apelidado de “Trump da América do Sul”, perdeu por pouco a eleição presidencial do mês passado para o candidato trabalhista Luiz Inácio Lula Tasiuba. No dia 23 (horário local), as preocupações com a insatisfação do presidente Bolsonaro com os resultados eleitorais levantadas antes da eleição presidencial pareciam ter diminuído depois que o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou um pedido de verificação de votos protocolado no dia anterior. por uma coalizão de direita no Brasil.

No entanto, o Wall Street Journal (WSJ) prevê que, mesmo que Bolsonaro perca a eleição, a influência da direita conservadora crescerá no Brasil que ele representa.




Primeiro, a influência dos apoiadores de Bolsonaro no Congresso aumentou. O Partido Liberal de Bolsonaro conquistou maioria no Senado e na Câmara dos Deputados nas eleições gerais do mês passado. Os assessores de Bolsonaro também foram eleitos em eleições governamentais importantes, como no estado de São Paulo. Cerca de 65% do Senado do Brasil, que abrirá em 1º de janeiro do próximo ano como resultado das eleições gerais do mês passado, apóia ou pelo menos se opõe ao presidente Bolsonaro, de acordo com uma análise do órgão de fiscalização Congressional Focus. Na Câmara dos Deputados, 36% são classificados como partidários do presidente Bolsonaro.

“Os apoiadores de Bolsonaro estão profundamente entrincheirados”, disse Christopher Garman, chefe da consultoria de risco político Eurasia Group nos EUA.

O WSJ apontou que a influência da direita conservadora cresceu à medida que a influência do ‘agronegócio’ do Brasil (agricultura de grande escala voltada para a exportação e intensiva em capital) cresceu, e a enorme demanda da China por grãos brasileiros tornou isso possível. E carne.

A China, responsável por 3% das exportações agrícolas do Brasil em 2000, estabeleceu-se como o principal parceiro comercial do Brasil, uma vez que o consumo agrícola aumenta com o crescimento econômico. Substituindo os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Brasil em 2009, a China tornou-se o maior importador de produtos agrícolas do Brasil em 2013, respondendo por 23% das exportações agrícolas do Brasil. Atualmente, o agronegócio representa 19% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, um terço do total de empregos e 44% das exportações.

O agronegócio está na vanguarda da campanha de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, junto com as forças evangélicas protestantes e defensores das armas. Nos últimos quatro anos, o presidente Bolsonaro introduziu políticas que favorecem o agronegócio, como flexibilizar as regulamentações de desenvolvimento da floresta amazônica.

Dois terços dos 50 maiores doadores de Bolsonaro nesta eleição presidencial trabalham no agronegócio. De acordo com o Grupo Parlamentar do Agronegócio (FPA), grupo de lobby que representa os interesses do agronegócio, 241 dos 513 deputados da Câmara dos Deputados e 39 dos 81 senadores são filiados à FPA. Espera-se que o FPA bloqueie a política do presidente eleito Lula de fortalecer as regulamentações de desenvolvimento da Amazônia.

Embora o crescimento econômico da China desacelere gradualmente, o impacto do agronegócio deve continuar. De acordo com dados do Banco Mundial de 2020, a terra arável da China é apenas 12,7% de sua área total de terra. Em setembro deste ano, a China importou US$ 41,3 bilhões em produtos agrícolas do Brasil, um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2018, antes da posse de Bolsonaro.

“A China é muito dependente das importações de alimentos do Brasil”, disse Kelly Luostalainen, especialista em China da PricewaterhouseCoopers (PwC).

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