Os países sul-americanos estão se afastando de uma relação simples de ‘cadeia de fornecimento de lítio’ com a UE e entrando em sua própria ‘competição ambiental’.
oh À medida que a competição global por tecnologias de conversão ecológicas se intensifica, os países latino-americanos estão fortalecendo seu controle sobre recursos como o lítio e fazendo esforços para desenvolver suas próprias capacidades além dos simples exportadores de commodities.
– Países da América Central e do Sul, como Chile, Brasil e Argentina, possuem reservas de lítio essenciais para fabricar baterias de veículos elétricos e exportar lítio para a China para comprar produtos acabados processados.
– No entanto, à medida que a União Europeia fortalece a cooperação com a América Latina para responder ao rápido aumento da demanda de lítio, os países latino-americanos deixaram claro que rejeitarão o antigo relacionamento de exploração.
– Na Cúpula UE-América Latina desta semana, o vice-ministro da Argentina para a América Latina e o Caribe, Gustavo Martinez Pandiani, disse: “Queremos vender veículos elétricos na Europa que funcionem com baterias de lítio, não lítio, que desenvolverão as capacidades independentes de empresas industriais e exportadoras”.
– No início deste ano, os países latino-americanos começaram a fortalecer seu controle sobre seus próprios recursos e cadeias de suprimentos, com a Bolívia pedindo uma política latino-americana comum de lítio e o Chile anunciando planos para nacionalizar sua indústria de lítio.
– Agora, uma condição fundamental para os países latino-americanos entrarem em parceria com a UE é manter o valor gerado pela extração de matérias-primas e, como primeiro passo, criar uma cadeia de valor doméstica por meio do refino local de matérias-primas.
– A UE depende fortemente dos três países do lítio (Chile, Argentina e Bolívia) que detêm metade das reservas mundiais de lítio para promover uma transição ecológica.
– Especialistas preveem que o movimento dos países latino-americanos para fortalecer o controle de recursos não terá impacto negativo na oferta.
– Como as vendas de veículos com motor de combustão interna são proibidas a partir de 2035, o número de veículos elétricos na UE aumentará e a demanda por baterias de íon-lítio deverá aumentar 35 vezes até 2050. A produção global de lítio triplicou desde 2015, atingindo 100.000 toneladas por ano em 2021, e espera-se que esse crescimento e aumento de preço continuem.
“O sucesso depende de o país já ter uma indústria automotiva, uma indústria de cadeia de suprimentos local, um mercado interno de vendas e acesso a outros mercados”, disse Michael Schmidt, pesquisador do Instituto Alemão de Recursos Minerais.
– Maximilian Fichtner, especialista em baterias e diretor do Helmholtz Institute Ulm, disse: “O fornecimento de lítio não é um problema em teoria, mas na prática é”, acrescentando: “Mesmo que existam reservas de lítio suficientes, levará cerca de 10 anos para transformar o lítio descoberto em minas de produção, por isso não pode ser colocado no mercado imediatamente.”
– A UE reconhece que pode se diferenciar da China garantindo que não apenas a UE, mas também a América Latina possam se beneficiar da parceria de matérias-primas.
– A porta-voz da Comissão da UE, Sonya Kospodinova, disse: “A UE quer ser um parceiro de escolha para os países latino-americanos”, e o vice-presidente do Parlamento Europeu, Nicola Peer, enfatizou que “o processamento e a reciclagem adicionais na Europa devem ser realizados de forma a contribuir para a criação de valor sustentável, de acordo com os interesses econômicos dos países latino-americanos”.
No entanto, muitas ONGs ainda criticam a abordagem da UE para parcerias de desenvolvimento de commodities, citando a falta de salvaguardas sociais e ambientais. Alejandro González, advogado do Centro de Pesquisa em Empresas Multinacionais, disse: “A lei de matérias-primas essenciais da UE reforçará um sistema econômico neocolonial no qual os países ricos em recursos são forçados a fornecer recursos ao Norte Global”.
Fonte: Política See More
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