Pela defesa das nossas paredes
Os inúmeros exemplos de arte urbana que existem no concelho são o reconhecimento de que a mesma pode e deve ser um elemento de valorização do espaço urbano. Mas há que distinguir o que é arte e o que é vandalismo.
Vandalismo é aquilo a que assistimos há anos na Linha de Cascais, onde os gatafunhos e rabiscos tomaram conta das estações (e comboios) da mesma, abandonadas que foram pelas empresas públicas responsáveis pela sua gestão.
Assistimos agora ao crescimento do mesmo fenómeno em paredes, muros, caixotes de lixo, placas sinaléticas, entre outros, um pouco por todo o concelho, mas com especial incidência nos centros urbanos.
Enquanto cidadãos, somos obrigados a assistir impotentes à vandalização das nossas habitações, das nossas lojas, das nossas viaturas, ou do mobiliário urbano que é de todos.
A sensação de insegurança e abandono, a destruição de património, e os prejuízos materiais que esta situação implica, e que nos prejudicam a todos, são algo que nos devia preocupar e em relação aos quais é preciso agir.
O esforço deve começar pela prevenção, reforçando a educação na área da cidadania e da importância do respeito pela propriedade alheia, e simultaneamente reconhecendo e fomentando o contributo que a arte urbana pode ter no enriquecimento do espaço urbano.
Não deixando o problema alastrar. Uma parede vandalizada atrai mais do mesmo. Daí ser fundamental que os responsáveis atuem na eliminação do problema com a maior celeridade possível. No que diz respeito à autarquia os resultados são tímidos.
Nos inúmeros comunicados da mesma sobre os mais diversos “sucessos” da gestão autárquica não há nenhum sobre este problema: fica a dúvida se a autarquia ainda não se apercebeu da crescente dimensão do problema ou se o não consegue resolver.
É também necessário que outras instituições (quase todas públicas e controladas pelo governo central) colaborem. De pouco serve que haja uma intervenção mais rápida por parte da autarquia se a mesma não for acompanhada de igual forma por entidades como a CP ou as Infraestruturas de Portugal.
Em 2017 esta última anunciou um projeto piloto para combater a degradação de estações, que incluía a Linha de Cascais, mas os resultados práticos desse projeto não são encorajadores como facilmente se constata “in situ”. Infelizmente o governo central virou as costas aos munícipes no que respeita à Linha de Cascais.
O policiamento e o sistema de justiça têm também um papel importante. O primeiro, que se deseja mais frequente, no combate ativo ao vandalismo, e o segundo, que se deseja mais eficaz e célere, na aplicação de medidas que visem não só punir quem se dedica a esta atividade, mas também procurem a sua reintegração.
Este comportamento antissocial, tal como a atual gestão autárquica ou o poder central socialista (ambos incapazes de resolver um problema que se alastra), não tem de ser uma inevitabilidade.
Não podemos aceitar que os poderes autárquico e central abandonem os cidadãos desta maneira e, na Iniciativa Liberal, não o faremos. Os munícipes (e as respetivas paredes) merecem melhor.